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Como a ChatGPT vai mudar a pesquisa acadêmica

ChatGPT e o futuro da pesquisa acadêmica
ChatGPT e o futuro da pesquisa acadêmica

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Como a ChatGPT vai mudar a pesquisa acadêmica

A tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais vital na pesquisa acadêmica, proporcionando a condução de pesquisas acadêmicas de maneira mais eficiente e produtiva, abrindo novas portas e expandindo os horizontes dos pesquisadores.

O uso de ferramentas digitais e softwares de computador tornou possível a coleta de dados, análise de informações, e compartilhamento de resultados de pesquisa, tudo muito mais rápido do que nunca.

E uma revolução equiparável à própria Internet está ocorrendo nesse momento. No fim de 2023, a OpenAI – uma das empresas de Elon Musk – anunciou a ChatGPT, uma inteligência artificial baseada na tecnologia GPT-3, que mudará radicalmente o mundo. E o meio acadêmico não ficará livre de suas consequências.

O crescente papel das ferramentas digitais e dos softwares de computador na pesquisa acadêmica

A investigação acadêmica era consideravelmente diferente antes do advento da internet. Imagine como era pesquisar exclusivamente em informações obtidas em resenhas, jornais ou revistas impressos, revendo pilhas de papéis e visitar bibliotecas físicas para procurar livros e recursos impressos.

É evidente que ainda hoje podemos fazer tudo isso. Mas imagine o que era depender exclusivamente desses rcursos.

A maior parte das pesquisas ocorria em bibliotecas físicas, que nem sempre eram atualizadas. Na verdade, a desatualização era a regra. Encontrar material relevante e que realmente refletisse o estado mais atual das pesquisas no mundo era uma tarefa quase impossível.

Me lembro – sem saudade alguma – de como, já no fim dos anos 1990, era árduo encontrar referências bibliográficas recentes. A biblioteca da Universidade de Brasília (UnB), onde eu estudava, era muito melhor do que a média. Ainda assim, estava muito defasada. A internet já existia e estava disponível, mas ainda não era exatamente o mar de informação que temos hoje.

Nos anos 2000, o avanço tecnológico decorrente da internet induziu verdadeira revolução nas pesquisas acadêmicas. A criação de bases de dados como JSTOR, HeinOnline, SCOPUS, e de inúmeras bibliotecas digitais, trouxe um mundo novo aos pesquisadores, que passaram a acessar informações a partir de qualquer lugar.

A investigação tornou-se significativamente mais rápida e mais acessível, e as comunidades acadêmicas puderam se beneficiar muito do intercâmbio de informações em tempo real.

Os sistemas de comunicação on-line, como o Skype ou, mais recentemente, o Google Meet ou o Zoom, permitem que os pesquisadores compartilhem seus trabalhos e se conectem com outros profissionais da área, independentemente de onde eles estejam localizados.

Além disso, os dispositivos móveis, como smartphones e tablets, também estão transformando a maneira como os pesquisadores coletam e analisam dados. Eles permitem que os pesquisadores acessem informações de qualquer lugar e a qualquer momento, além de permitir a realização de pesquisas mais abrangentes e com maior profundidade.

Estes avanços permitem que novas descobertas aconteçam mais rapidamente, abrindo caminho para novas descobertas e novas maneiras de pensar sobre o mundo ao nosso redor. E estamos próximos de ver uma nova revolução acontecer nos próximos anos.

ChatGPT: uma tecnologia que já está mudando tudo

Nas últimas décadas, tivemos uma explosão de novas tecnologias que apoiam a pesquisa acadêmica, permitindo que os cientistas colaborem em projetos em larga escala, criem mapas de dados multifacetados e acessem fontes de informação inédita. Um exemplo disso é o uso crescente de machine learning e inteligência artificial para extrair padrões e conclusões significativas a partir de grandes conjuntos de dados.

No finalzinho de 2022 vimos um novo passo de uma nova tecnologia que trará muitos impactos para os pesquisadores no futuro no presente: o lançamento do ChatGPT, um chatbot de processamento de linguagem natural desenvolvido pela OpenAI.

O sistema é baseado na GPT-3, a terceira versão de um processador de linguagem natural lançado em 2018 pela própria OpenAI. A sigla GPT remete a Generative Pre-Trained Transformer, modelo de inteligência artificial voltado ao processamento de linguagem natural (PLN), que é capaz de aprender padrões linguísticos e utilizá-los para compreender e gerar novos textos.

Em 2019, a GPT-2 foi lançada e, em maio de 2020, veio o lançamento da GPT-3. No finzinho do ano passado, juntamente com o lançamento da ChatGPT, foi anunciada a versão “3.5” da GPT, tecnologia utilizada pelo chatbot.

O modelo GPT-3 já era assustadoramente incrível, capaz de gerar textos com boa qualidade e compreender os inputs dos usuários em linguagem natural. Mas a nova versão é ainda mais assombrosa. O modelo, alimentado por uma base enorme de parâmetros, é capaz de aprender automaticamente novas tarefas e compreender informações sem qualquer necessidade de treinamento.

E, além disso, também pode ser treinado com bases de dados específicas.

A ChatGPT rapidamente ganhou a atenção pública. É capaz de, conversando com o usuário, cumprir tarefas como traduzir, corrigir e resumir textos, apresentar conceitos, explicar teorias e gerar rascunhos sobre um tema especificado – e esse é apenas um breve apanhado de todas as possibilidades.

O ChatGPT foi desenvolvido para usar modelos de linguagem para gerar conversas significativas, bem como para permitir que os pesquisadores explorem a eficácia de diferentes técnicas de processamento de linguagem natural. Ao fornecer uma plataforma fácil de usar para a construção de modelos de linguagem, o ChatGPT oferece uma oportunidade única para pesquisadores do mundo acadêmico explorarem técnicas de processamento de linguagem natural e avaliarem os resultados.

Com a tecnologia, você pode conversar com a inteligência artificial como se fosse uma pessoa e formular perguntas ou pedir que ela faça pequenas tarefas. Veja alguns exemplos:

E é só o começo!

Impactos da tecnologia GPT na pesquisa acadêmica

O uso da tecnologia GPT permitirá que professores e alunos realizem suas pesquisas e escrevam mais rapidamente. Muitas das tarefas que hoje fazemos sozinhos poderão ser efetuadas com apoio na GPT para que possamos ser mais produtivos, ter novas ideias e afastar de vez o bloqueio criativo.

Por exemplo: imagine que você esteja escrevendo um artigo sobre a história da industrialização do país no período do governo Getúlio Vargas e esteja em dúvida sobre o título. Você pode pedir sugestões para o ChatGPT, que prontamente apresentará alternativas para você lapidar e rapidamente escolher o título do texto.

É isso mesmo! É só pedir e a tecnologia responde ao solicitado.

E há muito mais que pode ser feito. Você pode solicitar que a ChatGPT melhore um texto seu a partir de um estilo acadêmico, corrija eventuais erros gramaticais, apresente sugestões de referencial teórico sobre um determinado assunto, e assim por diante. As possibilidades são literalmente infinitas.

E ela pode até ajudar você a fazer sua pesquisa.

Imagine, por exemplo, que você está querendo pesquisar sobre a obra do filósofo John Rawls e gostaria de ler autores que a comentem. Você pode pedir à IA para sugerir algumas indicações de leitura. Por exemplo:

Um ótimo caminho para você descobrir livros interessantes para incrementar sua pesquisa, não?

De vez em quando a tecnologia erra “criativamente” e acaba inventando uma referência que não existe. Apesar disso, é uma excelente ‘parceira’ de pesquisa, com quem você pode conversar e que pode ensinar muitos caminhos por onde sua pesquisa pode navegar.

Você pode até pedir para a ChatGPT escrever o rascunho de um texto sobre um determinado assunto.

As possibilidades de uso da tecnologia são absurdamente amplas e isso o que mostrei aqui é só o começo.

Avanços tecnológicos como esses já estão tornando a pesquisa acadêmica muito mais ágil, acessível e produtiva. Novas tecnologias, como o GPT e o ChatGPT, estão ajudando os pesquisadores a realizarem suas atividades de forma ainda mais ágil, acessível e produtiva.

Ainda há desafios enfrentados, mas é inegável que a tecnologia tem se tornado cada vez mais importante no desenvolvimento de pesquisas acadêmicas, abrindo novas possibilidades e promovendo o intercâmbio de informações entre os pesquisadores. É esperado que, no futuro, novas tecnologias tornem a pesquisa acadêmica ainda melhor e mais acessível para todos.

As polêmicas do ChatGPT e da tecnologia GPT-3: desafios éticos para o presente

Embora inegavelmente promissora, a tecnologia GPT-3 também levanta questões éticas a serem consideradas. Por exemplo, o uso da ChatGPT para escrever textos está cada vez mais comum, levantando preocupações com a forma como isso afetará a própria qualidade acadêmica.

Por exemplo, é possível que a inteligência artificial realize tarefas como citar fontes de forma inapropriada ou sem muita credibilidade.

Além disso, evidentemente, é preciso ponderar os critérios de utilização da ferramenta em relação à autoria dos textos. A própria GPT-3 gera textos com qualidade mais do que razoável, e não se pode desconsiderar que muitos alunos poderão utilizar a tecnologia para que a IA faça seus trabalhos acadêmicos.

Por isso, as instituições educacionais deverão ser criativas para encontrar meios para assegurarem o adequado aprendizado da redação acadêmica por parte dos alunos. Talvez, até quem sabe, utilizar a própria inteligência artificial para identificar textos potencialmente gerados pela GPT-3, como algumas iniciativas têm sinalizado.

Embora a ChatGPT possa ajudar a economizar tempo e esforço na pesquisa, a questão da autoria do artigo ainda precisa ser considerada. Afinal, um texto produzido com o auxílio da GPT foi escrito por quem? Por quem instruiu a IA ou pela própria ChatGPT?

Minhas apostas são no sentido de que todos iremos a reboque desse desenvolvimento. Quem acompanha o segmento está vendo como os custos da tecnologia estão diminuindo radicalmente. Se a tendência continuar, não tenho dúvidas de que daqui a alguns anos, veremos a adoção em massa da tecnologia (ou outra equivalente) por empresas e indivíduos.

Como resultado da difusão tecnológica, e em que pese alguns autores de publicações científicas já tenham identificado a ChatGPT como co-autora, acredito que a própria concepção de autoria deverá ser repensada. De início, acredito que serão consideradas autores as pessoas humanas que orientarem a IA e construírem, com ela, o texto.

Afinal, ainda é o humano quem desenvolve intencionalmente o texto, selecionando entre as possibilidades e arquitetando sua construção. A IA é, ainda, um assistente de escrita – e um que é muito bom!

Outra discussão alude à falta de discernimento ético da inteligência artificial. Ela ainda é relativamente incapaz de emitir julgamentos éticos sobre a própria escrita, ponderando que usos da tecnologia são adequados.

É verdade que a OpenAI tem feito esforços importantes nesse sentido. Por exemplo, a IA foi treinada para evitar produzir resultados racistas ou que possam produzir discriminação de determinados grupos. Mas nada impede que os usuários tentem burlar essas regras, dando “voltas” na argumentação para que a ChatGPT produza o resultado desejado.

Além disso, a OpenAI tem se esforçado para manter essas consequências sob controle. Quando perguntada diretamente, a ChatGPT evita manifestar opiniões sobre questões politicamente controvertidas e, na medida do possível, se esforça para dar uma resposta politicamente correta.

Estes são apenas alguns dos desafios éticos que acompanham o uso da ChatGPT e da GPT-3 – assim como suas sucessoras – no contexto acadêmico e universitário. É imperativo que, em qualquer contexto onde a tecnologia GPT-3 está sendo usada, os profissionais se conscientizem desses desafios e tomem medidas para garantir que a tecnologia seja usada de forma responsável e ética.

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